Pitagoras Baskara Justino - Doctoralia.com.br

Sobre a a ampliação da consciência.

”Vi muitas vezes pacientes superarem problemas aos quais outros sucumbiram por completo. Tal superaçao ou ampliaçao, revelou se como uma elevação do nivel da consciencia. Algum interesse mais alto e mais amplo apareceu no horizonte, fazendo com que o problema insoluvel perdesse a urgencia; empalideceu em confronto com um novo e forte rumo de vida.  Não foi reprimido e nem submergiu no inconsciente, mas simplesmente apareceu sobre outra luz, tornando-se outro.  Aquilo que num primeiro degrau levara aos conflitos mais selvagens e aterradoras tempestades de afetos, parecia agora, considerado de um nível mais alto da personalidade, uma tempestade no vale, vista do cume de uma elevada montanha. Com isto a tempestade não é privada de sua realidade, mas, em lugar de se estar nela, se está acima dela. Mas, como do ponto de vista anímico, somos ao mesmo tempo vale e montanha, parece uma presunção nada convincente sentir-se o indivíduo além do humano. Certamente sentimos o afeto (a emoção) que nos sacode e atormenta. Mas ao mesmo tempo é nos dada uma consciência mais alta, que impede nossa identificação com o afeto; somos capazes de considerá-lo como um objeto, e assim podemos dizer: "Eu sei que estou sofrendo". A afiermação do nosso texto, a saber: "A preguiça da qual não somos conscientes e a preguiça da qual somos conscientes, estão a milhares de milhas uma da outra", é plenamente válida no que se refere ao afeto.

(...)Ao observar a via de desenvolvimento daqueles que silenciosamente e inconscientemente se superavam a si mesmos, constatei que seus destinos tinham algo em comum: o novo vinha a eles do campo obscuro das possibilidades de fora ou de dentro, e eles o acolhiam e com isso cresciam.  Em alguns este novo vem a partir de fora (um acontecimento externo) e em outros de dentro (uma necessidade animica).  Mas de qualquer forma nunca o novo era algo somente exterior ou somento interior.  Ao vir de fora, tornava a vivencia mais intima.  Ao vir de dentro, tornava-se acontecimento externo.  E jamais era intencionalmente provocado, mas fluia na torrente de tempo”.