"O simples tratamento superficial de um paciente inteligente conduz inevitavelmente a problemas fundamentais, já que a neurose ou qualquer conflito psíquico depende muito mais da atitude pessoal do paciente, do que da história da sua infância. Quaisquer que tenham sido as influências sofridas pelo paciente em sua juventude, ele tem que acabar se conformando. E só vai conseguí-lo, se tomar uma atitude adequada. A atitude é da maior importância. Freud, pelo contrário, atribui importância primordial à etiologia do caso, pois supões que a cura da neurose se opera assim que suas causas se tornam conscientes. Na verdade, o conhecimento das causas é de tão pouca serventia como, por exemplo, o conhecimento exato das causas da guerra, para ajudar a valorizar o Franco Franês. A tarefa da psicoterapia consiste em mudar a atitude consciente, e não em correr atrás de reminiscências submersas da infância. Uma coisa não é possível sem a outra, certamente, mas a ênfase deveria ser post a na atitude (consciente) do paciente. Isto tem sua razão de ser; pois quase todo neurótico gosta demais de ficar preso a seus sofrimentos passados, remoendo suas recordações cheio de autocompaixão. Muitas vezes sua neurose consiste no fato de estar preso ao seu passado e querer justificar tudo pelo que ocorreu no passado."